Terça-feira, 19 de Junho de 2007
Catástrofes Naturais
As Alterações climáticas que hipoteticamente se têm verificado têm dado origem, agora mais frequentemente, a vários fenómenos atmosféricos que se assemelham a verdadeiras catástrofes, a que me referirei de seguida. Um dos fenómenos é o chamado Furacão. Nos EUA designa-se Tornado, no Europa e Índia de Ciclone, na China de Tufão e na Austrália de Willy – Willy . Quando se geram grandes depressões, os ventos sopram violentos e a chuva cai intensamente. A depressão tropical, conhecida como furacão, é a mais violenta, gerando destruição, sobretudo no litoral das regiões tropicais. Os ventos podem soprar a mais de 250 km/hora e são capazes de destruir os edifícios. As chuvas, intensas, provocam inundações e aumentam a destruição. A somar a isto, o efeito de aspiração do olho do furacão eleva o nível do mar até alguns metros, abatendo-se contra a costa enormes e poderosas vagas. No litoral, é onde a destruição é maior. Ao entrar algumas dezenas de Quilómetros no continente, o furacão perde a sua força, retirada do ar quente e húmido do oceano. Em 1989 o Furacão Hugo provocou em Porto Rico mais de 1 Milhão de Dólares de prejuízo, no Bangladesh, em 1970, estima-se que um furacão tenha causado perto de um milhão de mortos! O Furacão Mitch foi o mais devastador na América Central, destruindo dois terços das Honduras! Os Tornados são fenómenos de curta duração mas extremamente violentos. Parecem resultar de fortes contrastes de temperaturas, sendo muito difíceis de estudar: surgem repentinamente, por pouco tempo, destruindo os aparelhos científicos colocados no seu caminho. O nome tornado costuma aplicar-se à enormes colunas de aspiração que divagam pelas planícies continentais. Caso o fenómeno surja sobre o oceano ou sobre um lago, o nome apropriado é Tromba de água. O grande tornado dos três Estados, nos EUA, em 1925, matou quase 700 pessoas, tendo causado enormes prejuízos materiais. As cheias são outro tipo de fenómeno que pode ser catastrófico. A mais comum é a concentração de água de chuvas intensas ou, mesmo, do Degelo. São imensas as suas consequências. Atingindo as áreas mais povoadas do planeta, os férteis fundos de vales, as casas, as infra - estruturas e os campos agrícolas, causam muitos prejuízos materiais e em vidas humanas. Desde há milénios que o homem procura controlar os rios e as cheias. A construção de diques pretende dominar as águas dos rios, mas nem sempre é bem sucedida: na Holanda, na China, nos EUA e em muitos outros países, aconteceu os diques terem cedido e provocado enormes desastres. O mais grave foi o de 1938, na China, quando o rio Amarelo (Huang he) inundou milhares de quilómetros quadrados, matando mais de três milhões de pessoas. Vou agora relembrar alguns fenómenos que sucederam nos últimos anos e que trouxeram muitos estragos e algumas vítimas: no Sudão as águas do rio Nilo subiram e ameaçaram a capital, Cartum. Situação semelhante que já não se verificava desde 1988; Na Venezuela, em 1999, viveu-se um verdadeiro caos: inundações acompanhadas de deslocações de lama, tendo muita gente desaparecido ou ficado sem habitação; cheias no Vietname, Laus, Camboja e Tailândia em 2000, devido a chuvas torrenciais, provocaram muitos desalojados; As Cheias no Irão causaram 500 mortos em 2001; As Secas, por oposição, são igualmente devastadoras. Ao contrário das cheias, que são um fenómeno de curta duração, as secas podem prolongar-se por vários anos, afectando extensas regiões do planeta. As populações que vivem em áreas afectadas pela seca, como o Sahel, a Sul do Sahara, são obrigadas a migrar para outras regiões, menos áridas. Durante as secas mais prolongadas, centenas de milhares de pessoas podem estar deslocadas e morrer à fome e à sede, tal como a maior parte do gado, pois não têm possibilidade de praticar a agricultura.. Por isso, a desertificação dos continentes é um assunto muito sério. Existem diversos programas internacionais de luta contra a desertificação, mas, por várias razões, não têm sido bem sucedidos. O Alentejo é uma das regiões mais afectadas pela seca em Portugal: a escassa precipitação em anos mais secos e poucos rios que atravessam a região têm contribuído para um empobrecimento dos solos e para o abandono da região. A barragem do Alqueva, o maior lago artificial da Europa, vai permitir cultivar 110 mil hectares de terras no distrito de Évora, travando a desertificação ambiental e humana no Alentejo. Como será o Alentejo no futuro? Um lago imenso, com 112 mil hectares de novos regadios, com um agricultura muito diferente... (numa outra edição...). Os Incêndios Florestais são outro tipo de fenómeno natural com consequências catastróficas. Podem surgir naturalmente. Erupções vulcânicas e raios ateiam incêndios. Também podem ocorrer quando o solo atinge um nível de secura extrema e se acumulam materiais combustíveis: restos de ervas, folhas e troncos. Sob a acção directa dos raios solares, esses materiais auto - inflamam e provocam incêndios. O Pinheiro é mais inflamável do que o Eucalipto. Os incêndios também podem ser causados por trovoadas, tendo sido o que aconteceu em Agosto de 2001, na serra da Estrela, em que um incêndio de grandes proporções foi provocado pela trovoada. Racionamento de água, secas, destruição de culturas, agravamento da desertificação, incêndios, queimaduras devido à excessiva exposição à radiação solar e consequente Cancro de pele, desmaios, morte quando a temperatura interna do corpo ultraoassa os 41ºC, e danos nas estradas, são algumas das consequências das vagas de calor. Acrescentam-se ainda as Avalanches de neve ou de gelo (pondo em perigo, opor exemplo, as actividades humanas, como é o caso do turismo nas estâncias de neve. Com origem no interior da Terra, temos os sismos, que se devem aos movimentos e rupturas das placas tectónicas, que são grandes porções de massas rochosas. As Erupções Vulcânicas, muitas vezes precedidas de abalos sísmicos. O vulcã Etna foi uma das mais espectaculares erupções vulcânicas, em que uma torrente de lava arrasou quase por completo a província da Catânia na Sicília. No Havai (EUA), nos Açores as erupções têm sido uma constante. Por curiosidade, a Islândia tem cerca de 100 vulcões, ocorrendo uma erupção pelo menos de 5 em 5 anos; A erupção do vulcão vesúvio (próximo de Nápoles, Itália), “extinto” durante 1000 anos, acordou no ano 70 d.C., destruindo completamente a cidade de Pompeia; A maior erupção do monte S. Helens (noroeste dos Estados Unidos) provocou uma explosão equivalente à força de 500 bombas atómicas como a de Hiroxima, sendo ouvida a mais de 300 km de distância. Bem, poderia dar mais exemplos para cada uma das catástrofes naturais, mas o quadro ficaria ainda mais negro, e o mundo é demasiado belo para uma visão tão catastrófica. No entanto, o que mais importa aqui é realçar a fragilidade do nosso planeta. É verdade, esqueci-me de falar na possibilidade de um asteróide de grandes dimensões colidir com a Terra...