Tema preocupante este, o do ambiente. se não fizermos nada, não haverá planeta Terra sustentável num futuro não muito longínquo.
Escrtevi este texto a pensar nisso mesmo
Nestes dias de Verão (estávamos em Agosto, quando escrevi este texto, julgo que em 2002), enquanto que no “nosso Portugal” o calor invade as praias e sufoca locais onde ainda resta um pouco de mata para arder, noutros as chuvas torrenciais provocaram já milhares de mortos, devido às inundações. Estranho, inundações no Verão? Pois é, “o tempo já não é o que era”, pois não?
Com o aquecimento global do planeta, resultante em grande parte do chamado “efeito de estufa”, a distribuição das precipitações tornaram-se mais irregulares. A localizações dos Anticiclones e das Depressões barométricas tem sofrido alterações. O próprio Anticiclone dos Açores, que condiciona em grande parte o estado de tempo em Portugal, tem andado neste Verão um pouco mais afastado das coordenadas habituais, afectando o habitual Verão quente e seco, tipicamente mediterrâneo.
Pensa-se que algumas das tragédias que têm acontecido ( inundações, períodos de secas contínuas, furacões, etc.), se devem a um fenómeno denominado "El Niño". O que é "El Niño" ?
"El Niño" passou a fazer parte do vocabulário corrente, a propósito da referência ao fenómeno responsável pelas condições climáticas anormais que se verificaram, há poucos anos atrás. Quem não se lembra da vaga de calor já nos atingiu , secando rapidamente parte significativa dos solos do nosso país e comprometendo as colheitas? E das cheias que assolaram o país?
No entanto, apesar da frequência com que o termo "El Niño" tem sido utilizado na comunicação social, o cidadão médio continua sem ter uma noção clara do fenómeno que se esconde nesta designação de origem castelhana, ou até de que modo o mesmo se pode reflectir nas nossas vidas.
O fenómeno "El Niño"ou, em português, "O Menino" deve o seu nome à imaginação dos pescadores peruanos e à altura em que normalmente ocorre: a seguir ao Natal. Na comunidade científica utiliza-se a expressão "El Niño Southern Oscillation" ou "ENSO" para designar este fenómeno. Junto à costa do Peru existe uma corrente de água fria designada por corrente do Peru, com origem nos mares frios Antárcticos. Durante o "El Niño" esta corrente enfraquece e a temperatura da água junto à costa peruana sobe significativamente. Nessas alturas, os pescadores sabem que maus tempos se avizinham. A sua principal fonte de rendimento - a pesca da anchova - diminui consideravelmente, as aves marinhas morrem de fome e o clima altera-se, ocorrendo grandes precipitações e cheias.
Para entender como é que estas alterações no quotidiano dos peruanos podem reflectir-se um pouco por todo o mundo é necessário compreender as suas causas e os seus efeitos. Quando assistimos ao Boletim Meteorológico na TV damo-nos conta da existência na atmosfera de regiões de altas e de baixas pressões. A existência destas diferenças de pressão é responsável pelos ventos e pelas chuvas. A sua localização é variável, mas sabe-se que existem regiões no planeta onde predominam umas ou outras. Alterações na sua localização induzem alterações nos regimes de ventos, na precipitação e nas correntes marítimas.
Na América do Sul, junto à costa do Peru, os ventos predominantes são os Alísios, que sopram de terra para o mar (os mesmos ventos de leste que ajudaram os antigos navegadores na travessia do Atlântico, em direcção à América). Por acção do vento a água do mar à superfície é empurrada para longe da costa e substituída por água do fundo, fria e rica em nutrientes que alimenta um plâncton abundante. Este serve de alimento a grandes quantidades de peixe, principalmente anchovas que, por sua vez, alimentam uma importante fauna de aves marinhas e são alvo de pesca. Os Alísios que sopram sobre o Peru dependem da existência de uma região de altas pressões situada sobre a América do Sul e de uma região de baixas pressões situada sobre a Indonésia e a Austrália. Durante o ENSO a diferença de pressão entre estas duas regiões enfraquece e a sua localização altera-se, ao ponto de os Alísios deixarem de soprar. Na sua ausência, a água do fundo deixa de aflorar à superfície e de alimentar o plâncton. Deste modo, os peixes e as aves morrem de fome e os pescadores passam tempos difíceis.
Esta alteração na distribuição da pressão atmosférica reflecte-se um pouco por toda a atmosfera. Junto ao Peru chove abundantemente pois os ventos sopram do mar trazendo muita humidade. Noutros locais do mundo ocorrem secas ou precipitações anormais. Deste modo, o despoletar do "El Niño" reflecte alterações na distribuição da pressão atmosférica que por sua vez provocam alterações na circulação global. Os ventos passam a soprar de direcções e com intensidades diferentes das habituais, podendo levar ar seco para regiões habitualmente húmidas e ar húmido para regiões habitualmente secas. As consequências do "El Niño" manifestam-se ao longo de vários meses até que o sistema Oceano - Atmosfera recupere o seu estado "normal".
O "El Niño" ocorre com uma periodicidade variável (entre 3 e 8 anos) e faz-nos lembrar que, apesar de todos os avanços tecnológicos, a humanidade continua a depender fortemente dos caprichos da natureza. Quando assistimos às catástrofes naturais, provocadas por anomalias climáticas, como o "El Niño", não podemos deixar de pensar no que acontecerá como consequência das alterações climáticas, resultantes do efeito de estufa, e agravadas pela destruição das florestas tropicais.
Os primeiros relatos da existência do fenómeno chegam-nos do século XVI, quando os pescadores que navegavam frente às costas do Peru fizeram alusão ao aquecimento das águas e à sua influência sobre a descida das capturas na pesca e o clima local. Foram precisamente os pescadores peruanos que o baptizaram com este nome, há mais de um século, porque costuma registar-se por alturas do Natal, coincidindo com a chegada do Menino Jesus.
As suas consequências foram devastadoras: entre 3000 e 4000 mortos e cerca de 2400 milhões de contos em perdas até à data. A Austrália, por exemplo, vai contar com menos 254 milhões de contos na sua colheita de cereais; na Indonésia, a produção de café está reduzida a um terço...
As fortes chuvas caídas no Peru provocaram grandes perdas na indústria pesqueira. Além disto, a descida dos bancos de peixes repercutiu-se negativamente na produção de guano- excrementos de aves marinhas- com o qual se fabrica o nitrato do Chile.
Em Miami, , um tornado passeou-se entre os arranha-céus. Apesar do medo que varreu a população, acabou por não provocar feridos graves.
A aldeia de Ribeira Quente, nos Açores foi devastada por fortes chuvas. E o mau tempo que também chegou ao Alentejo?...
Mas, o fenómeno descrito tem uma irmã: chama-se La niña e traduz-se no arrefecimento em um ou dois graus das águas equatoriais do Pacífico, provocando alterações atmosféricas de menor importância como secas no Norte da América nos meses de Primavera e Verão.
A Península Ibérica não se livra da "menina": as intensas precipitações na zona sul nos Invernos de 1996 e 1997 coincidem com os episódios de La niña.
Todo o planeta está a ser afectado pelos efeitos do (s) fenómeno (s)...chuvas torrenciais e nevões no verão, fortes secas no Inverno... que louco e frágil planeta este!...
Há uns 6 anos atrás, quando tinha algum tempo livre, escrevi este texto para um jornal local, que me parece muito pertinente, face ao rumo que o ambiente do planeta está a levar.
Aqui fica:
"O Aquecimento global não se trata de um acontecimento excepcional, pois estão amplamente demonstradas as modificações climáticas registadas ao longo da história da Terra. A sua originalidade parece residir tanto na sua rapidez como nas causas que o determinam. As actividades humanas, sobretudo a partir da revolução industrial, são apontadas como as grandes responsáveis pelo cenário da actual mudança climática.
Mesmo num cenário mais optimista, verificar-se-á, segundo estudos científicos publicados, um acréscimo de temperatura superior a 0,2ºC por década, sendo esta subida um fenómeno sem paralelo desde há 10 000 anos (quando se deu o recuo dos glaciares)
De entre as consequências da alteração do clima podem ser destacadas as seguintes:
- Alargamentos das áreas mais baixas do litoral causados pela subida do nível do mar, resultante da fusão dos glaciares e das calotes de gelo polares, bem como da dilatação térmica da massa oceânica;
- Fusão do Permafrost (problemas de instabilização de vertentes e erosão nas montanhas e a possibilidade de se desencadear a libertação de grandes quantidades de Metano armazenado nos depósitos de turfa das latitudes elevadas do hemisfério norte);
- Modificações no ciclo hidrológico (as temperaturas superiores traduzir-se-ão num incremento da evaporação e da humidade atmosférica que, por sua vez, potenciará a precipitação, prevendo-se, no entanto, grandes incertezas quanto à evolução nas diferentes regiões. Contudo, com temperaturas mais elevadas haverá uma maior evapotranspiração e consequente diminuição da reserva de água nos solos);
- Aumento da nebulosidade e redução das superfícies cobertas por gelo e neve ( modificações no Albedo e consequentemente no balanço radiativo);
- Mais inundações por agravamento dos fenómenos climáticos extremos e pela subida do nível do mar, que levarão a uma progressiva salinização e contaminação das águas subterrâneas, sobretudo nas regiões costeiras;
- Aumento dos poluentes atmosféricos, sensível principalmente nas áreas urbanas, que agravará os problemas respiratórios em especial entre os mais vulneráveis ( crianças, idosos e mal nutridos);
- Na saúde humana, além dos problemas já referidos, o acréscimo da temperatura e da poluição terão ainda outros efeitos negativos. Nas próximas décadas prevê-se que a população mundial e em particular a proporção dos que vivem nas cidades, continuarão a crescer, especialmente nos países em vias de desenvolvimento, ou seja, naqueles com menor capacidade económica para responder às novas exigências de infra – estruturas. Nesta situação haverá problemas acrescidos em matéria de saneamento, resíduos sólidos, abastecimento de água potável e sobrelotação das habitações, entre outros. Estas carências incidirão com maior acuidade nas classes economicamente mais desfavorecidas que, além das referidas questões de insalubridade, terão deficiente nutrição e dificuldade de acesso aos cuidados de saúde, reunindo as condições favoráveis à propagação de doenças contagiosas como a tuberculose, gripe, meningite, pneumonia e diarreias. A subida da temperatura facilitará também o alastramento de doenças actualmente controladas pelas condições climáticas como a malária, febre amarela ou a doença do sono. Estas têm como vector de transmissão certos insectos que vivem nos climas quentes onde este tipo de enfermidades são frequentemente endémicas".
Para um aprofundamento do tema pode consultar, entre outros livros: HOREL, J.; GEISER, J. (1997)- Global environmental change : na atmospheric perspective, John wiley & sons, Inc.,Nova iorque.
WHYTE,I.D. (1995)- Climate change and human society, arnold, Londres
Embora o “Planeta Vermelho” seja ainda para muitos de nós pouco mais do que um vislumbre no céu, um pontinho que quase nunca é visível a olho nu, já há muito tempo que é objecto de lendas, histórias fantásticas com marcianos verdes e uma civilização muito avançada cujo planeta seria muito parecido com o nosso.
Inicialmente Marte parecia ter um aspecto idêntico ao do planeta Terra. Mas desde as sondas Viking que tomamos conhecimento de um planeta frio, desértico, moldado de crateras. Parecido com a Lua. Mas à medida que o nosso conhecimento sobre o planeta avança, mais dúvidas surgem. Haverá vida em Marte?
As últimas fotografias do planeta mostram uma superfície com alguns vestígios da existência temporária de água em estado líquido que correria à superfície, em algum momento. Água congelada do subsolo teria aquecido o suficiente para passar por momentos ao estado líquido inundando a superfície, moldando canais, leitos, transformados agora em fósseis. Sugere-se que a baixa pressão atmosférica e a elevada amplitude térmica não possibilite a existência de água líquida à superfície por um período de tempo longo. Mas a hipótese de existir água em estado sólido retida no solo marcianoera uma hipótese muito provável, agora confirmada, daí a probabilidade de existência de vida em Marte.
Sabemos que o próximo passo a ser dado, após o envio das sondas, será o de uma missão tripulada com o objectivo de estabelecer uma base permanente no planeta. Mas, como suportar uma viagem tão longa numa nave? O efeito da gravidade a longo prazo é terrível para o corpo humano. Os ossos, por exemplo, sofreriam uma descalcificação, os músculos entorpeceriam. Mas já ficou provado que o exercício físico a bordo da nave reduziria estes riscos, por exemplo.
Numa nave espacial, tudo teria que ser reciclável. Até a própria urina (e já há aparelhos a fazer isso).
Quem já ouviu falar do projecto Biosfera II, tirou algumas ilações interessantes. Este projecto procurou simular, num sistema completamente fechado, o ecossistema terrestre. Assim, alguns cientistas aceitaram ficar fechados durante dois anos num ambiente artificial criado, com plantas, solo, um riacho, luz artificial necessária à fotossíntese. Algumas plantas forneceriam também comida necessária, cultivando-as, tratando-as cuidadosamente (aqui, o alastramento de um vírus, teria consequências devastadoras) . Tudo parecia em equilíbrio, com todos os elementos necessários, simulando os elementos existentes no nosso planeta azul. Mas a partir de uma certa altura, algo inesperado aconteceu. O O2 começou a falhar. Porque seria? O solo começou a “respirar” mais O2 (devido às algas) e o cimento do recinto absorveu mais CO2 do que o suposto. Simples, não? Não foi suposto pensar que existem estes seres desprezíveis, ou serão afinal importantes para manter um certo equilíbrio biológico?
O projecto fracassou. Mas o mesmo serviu para dar mais valor ao espectacular equilíbrio entre todos os elementos do ecossistema terrestre, e do seu incrível valor, muitas vezes subvalorizado.
Ainda assim, as últimas sondas enviadas recentemente ao Planeta Marte provaram a existência de água, pelo menos no Pólo Sul do planeta, em estado sólido. E isto significa que é muitíssimo provável que exista vida em Marte (!) e que é muito mais plausível agora o estabelecimento lá de uma base permanente.
Não querendo visionar o futuro, parece-me óbvio que iremos gradualmente reduzir a distância (relativa) que nos separa daquele planeta. Após o estabelecimento de uma base permanente e autosufuciente, procurar-se-à criar uma atmosfera artificial através de um aquecimento do planeta (por exemplo com painés solares potentíssimos apontados para a atmosfera do planeta). As tempestades provocadas iriam aumentar o volume de CO2 na atmosfera, criando um efeito de estufa que iria gradualmente aquecer o planeta. Com isto o gelo iria derreter e correr à superfície formando rios. A vida espontaneamente iria brotar, organismos simples iriam libertando oxigénio para a atmosfera ao mesmo tempo que a vida nos rios e mares desabrochava (….). Mas, claro, num espaço de milhares de anos. Numa primeira fase, era bom se se verificasse um ligeiro aquecimento do planeta e a formação de uma atmosfera mais espessa. Contudo, a fraca gravidade e reduzida pressão atmosférica serão sempre obstáculo duros de ultrapassar.
Esta ideia de conquista, de descoberta de vida extraterrestre, está nos nossos genes. Por sua vez a perfeita harmonia do ecossistema terrestre será muito difícil de criar e imitar. O planeta Terra já é tão valioso e muitas vezes menosprezado que chega a ser até caricato todo um esforço de descoberta de água noutro planeta. Mas é um processo irreversível que também desperta a minha curiosidade.
Paulo Cerqueira
Um texto que escrevi há uns 6 ou 7 anos para um jornal
Aqui fica...
Nem tudo o que existe pode ser visto aos nossos olhos. Algumas coisas estão ocultas. Há a Ciência do Oculto, ou Ocultismo.
Alguns conhecimentos esotéricos do mundo oriental advêm já de tempos remotos, de há milhares de anos atrás. No Egipto, as monumentais e imponentes pirâmides de Gisé, ou de Queóps, remontam há milhares de anos, muito Antes de Cristo nascer. A sua perfeita orientação a Norte, o método de construção, tiveram em conta alguns princípios que agora se conhecem, como o Magnetismo. Descobriram-se no interior das pirâmides varinhas, pêndulos, utilizados para captar ondas magnéticas (o que agora se chama Radiestesia). Actualmente há uma ciência que estuda as pirâmides, a chamada Piramidologia. Tendo em conta os seus resultados, alguns edifícios agora construídos têm a forma piramidal, são orientados no sentido norte-sul e têm em conta outros aspectos que recentemente se descobriram.
Desde sempre houveram pessoas com capacidades paranormais, pessoas extraordinárias que conseguiam prever, ver através de, captar energias e aplicá-las, curar pessoas de doenças. Não me interpretem mal, mas Jesus Cristo foi acima de tudo um homem verdadeiramente extraordinário neste aspecto. Um “iluminado”, muito elevado espiritualmente.
Já não vivemos no tempo em que se acreditava que a Terra era plana, só porque era assim que a víamos. Descobrimos até que existem cores para além do espectro do visível, do ultravioleta ao infravermelho. Alguns insectos conseguem ver estas cores, por exemplo.
Desde há milhares de anos que os Hindus sabiam da existência de Meridianos de Energia a percorrerem o nosso corpo. Conheciam-nos, sabiam por onde passavam e quais os órgão a que correspondiam. Como é que sabiam? Não se sabe. Mas a ciência ocidental confirmou cientificamente a sua existência, tal como dos Centros de Energia (Chakras),ou da existência de uma Aura Energética a envolver os corpos(que as Kirliofotografias permitiram descobrir e confirmar a sua existência). Mas foi preciso ver para crer.
Há muitos livros agora à venda sobre Esoterismo, tendo havido agora uma maior procura. O tal apetite ocidental por tudo o que parece ser uma novidade, um “fetiche”, ou qualquer coisa que fale no “fim do mundo”. Mas, desde a Reflexologia, ao Chi Kung, à Acupunctura, passando pelo Yoga, todas estas áreas têm conhecimentos em comum, no que se refere à Energia Universal, aos Meridianos de energia, aos Chakras, ao significado das cores, dos sons ou do ritmo, ou outros princípios que são já comummente aceites por estas ciências, como as leis do electromagnetismo.
Não podemos afirmar que a nossa cultura ocidental é superior a outra cultura que já tinha conhecimentos tão profundos como os que referi. O mundo ocidental evoluiu muito a nível científico, mas inventou a bomba atómica em vez de inventar a cura das doenças, ou o fim da guerra. Há um sábio ditado que diz “conhece-te a ti mesmo”. Na nossa sociedade nunca se pára para pensar. Não se pára para sentir. Não se ouve calmamente música. Não se vive, mas sobrevive.
Por exemplo, o Yoga é acima de tudo uma Filosofia de vida, pois ensina a respirar, a meditar, a concentrar, a ter uma atitude na vida. A cada exercício é necessária uma certa atitude e concentração e corresponde a um benefício psicossomático, contribuindo para a saúde holística. Aqui previne-se a doença, procurando um equilíbrio energético, sendo aquela não mais do que o resultado de um desequilíbrio.
Mas a filosofia yogue até está a par das mais recentes descobertas científicas, que até lhe dão mais razão.
É muito mais confortável vivermos rodeados de uma chinfrineira ensurdecedora, dentro e fora de casa, do telemóvel, à televisão, rádio e electrodomésticos, berrando em vez de se falar, com os filhos a jogar computador e à mesa a ouvir as notícias diabólicas e chocantes de um mundo caótico e sem moral. Mas assim não se pode sentir o que está oculto, para além do material, do que se vê. Não se entra na essência e profundidade das coisas.
A nossa civilização é muito dependente dos comprimidos, dos divertimentos mórbidos, da arte erotizada, de actos imorais. Está viciada , neurotizada. Até o sexo é sado-erótico. É preciso o remédio contra tudo, desde o tédio ao vazio que se tem apoderado de todos. A depressão tem aumentado, tal como a ida a psiquiatras.
Num dos textos de um colaborador habitual deste jornal (referia-me ao JA), o senhor A.Magalhães, li uma coisa que achei muito interessante. No mesmo havia a referência àquilo que é viver no campo ou na cidade. E segundo o mesmo, quem vive pelo menos a infância na aldeia, sente a natureza, ouve o pássaro a cantar, vive numa melodia harmónica perfeita, e isso interfere positivamente na sua vida futura. Mas tal não é possível para quem está na cidade, pois nesta o que se ouve é o barulho dos carros e o que se sente é um nervosismo constante segundo a filosofia do “salve-se quem puder”.
Num dos livros de um dos maiores cientistas de sempre, Carl Sagan, um dos capítulos tinha o título “Podemos conhecer o universo?” (do livro “O Cérebro de Broca”)? E questionava-se a possibilidade de o nosso cérebro não ter a capacidade de o conhecer. Mas para admitir tal coisa é necessária uma sábia humildade.
A meditação, quer seja na religião, numa igreja ou praticado meditação transcendental numa ciência esotérica, procura um encontro consigo e com Deus. A elevação espiritual. Para isso é preciso parar e colocar em causa os valores desta sociedade.
E reflectir, meditar, ou rezar, não é uma perda de tempo.
Um livro muito interessante que aconselho a ler é “O Evangelho segundo o Espiritismo”, de Alan Kardec. E ler também vale a pena.
Paulo Cerqueira
Clonagem
Desde a Revolução Industrial até aos nossos dias, o ritmo a que se processam as inovações de vária ordem no campo das Telecomunicações, não param de nos surpreender, movidas, claro, por uma vontade imperial de satisfação de interesses económicos poderosos. É óbvio que as opções prioritárias, sobretudo na área da investigação científica, e porque têm que ser pagas por alguém, nem sempre correspondem às mais elementares e básicas necessidades do homem, pois continuam a matar milhares e milhares de pessoas as doenças contagiosas que existem no continente africano.
Mas, o crescimento populacional e a terciarização da sociedade ocidental, sobretudo estes dois factores, obrigaram, entre outros ramos, a indústria alimentar a produzir mais, modificando uma agricultura tradicional numa outra baseada em estudos científicos, em análises físico - químicas aos solos, em processos de irrigação mais eficazes, mais mecanizada... até já se pratica em Portugal a Hidroponia , onde as espécies vegetais são cultivadas sem o seu suporte habitual (o solo).
É dentro deste contexto, o da maximização do lucro, o da economia de mercado, que surgiram os alimentos Trangénicos. O que é isso? São os alimentos geneticamente modificados. Os genes constituem o material de base das células de um ser vivo. Após aturadas investigações os cientistas conseguiram isolar os genes de um determinado ser vivo e transpô-lo para outro. É então, da troca de genes entre espécies de seres vivos diferentes que surgiram os OGM ( Organismos geneticamente modificados).
No caso em questão, um dos problemas associados é que, a dada altura, podemos estar a comer um determinado alimento que tem um gene de outro que, por razões de saúde, não podemos comer, ou somos alérgicos. Relativamente ao ambiente, corre-se o risco de haver uma propagação destas novas plantas e o abandono das originais, contribuindo assim a para a diminuição das espécies e, consequentemente, da biodiversidade.
Claro que, da modificação genética das espécies vegetais à descodificação do genoma humano, é um pequeno passo no universo da ciência, e a história prova-nos que tanto somos capazes de descobrir o mais benéfico e proveitoso engenho, capaz de colocar o homem na lua, como inventar a bomba atómica, através da desintegração do átomo!
Começam a despertar nas consciências as questões de índole ética, relativas à possibilidade de clonagem humana. Sim, porque também faz parte da nossa natureza a componente religiosa, a ideia do bem e do mal, dos limites a impor à gula intelectual, à vontade de “comer o fruto proibido”, a tal “maçã” que nos teria retirado, simbolicamente, do paraíso de Adão e Eva.
Bem, de certa forma a sociedade Ocidental já me parece bastante estereotipada, massificada. A Globalização está em marcha e com ela o problema da perda de identidade das várias culturas numa só. É cada vez mais difícil preservar as tradições, costumes, de um mundo rural, sabendo que diariamente a televisão lhes transmite valores, estilos de vida, urbanos. Um país como Portugal terá tendência a seguir um padrão de vida europeu, pois também assim o será necessário; o nosso português corrente já é muito rico em vocabulário brasileiro; a Coca – Cola é um produto bem aceite em muitíssimos cantos do planeta (tal como outros produtos); os filmes norte-americanos (sobretudo) criam mitos que são modelos para muitas pessoas (sobretudo jovens); o dinheiro é considerado um bem supremo; o lucro já é um objectivo primordial; a violência é uma coisa banal; as crianças aprendem a brincar com armas; a televisão passa imagens de pessoas carbonizadas ou esvaziadas em sangue à hora de almoço ou jantar; o terceiro mundo é explorado (diga-se roubado); a mentira é um recurso necessário; é preciso fugir aos impostos; tudo pode ser vendido, desde que a um preço; as máfias podem organizar-se em redes mundiais; criaram-se paraísos fiscais; privatiza-se quase tudo, inclusive os deveres públicos; o folclore e a música tradicional é menosprezada e ridicularizada pela nossa própria sociedade; a música portuguesa não passa nas nossas rádios; criaram-se escolas de primeira e de segunda; os pais não têm tempo para cuidar dos filhos; há cada vez mais indisciplina e violência nas escolas (...).
Facilmente se conclui que a Sicilianização ocidental tem favorecido uma degradação de valores e o que é perigoso é que a massificação da sociedade pode estar orientada segundo um modelo, um molde, de onde saem “clones” com muito mau carácter, para mal de todos nós. Pena é que não se possa ainda clonar a consciência e a razão.
Paulo Cerqueira
Toda a gente, todo o ser humano, tem consigo a razão, a capacidade de julgar, de ver o mundo com os seus próprios olhos e daí tirar a suas conclusões. Mas os “óculos”, a sua “óptica”, depende da educação que recebeu, da cultura, dos valores que recebeu. Depende também de factores genéticos (ou de predisposições hereditárias).
E é por isso, que cada um tem uma certa ideologia política, a sua preferência clubística, os passatempos preferidos, ou mesmo a atitude a tomar em cada momento. Mas a razão, o seu “logos” é-lhe inerente e mantém-se o mesmo. A sua capacidade de pensar, raciocinar, discernir e julgar é um instrumento que lhe pertence.
É óbvio que ao longo de toda a história do Homem, as desigualdades sempre existiram. Há até uma história em que se conta que inicialmente eram todos os seres humanos iguais, vivendo em paz e harmonia, até que um deles roubou todos os bens e riquezas e formou um castelo. Á sua volta juntaram-se os seus súbditos e assim foi formado um pequeno reino. E a partir daí a sociedade ficou dividida em classes (os elementos do Clero, da Nobreza e todos os outros, a arraia miúda, que era o povo).
Nós próprios, seres humanos, pela nossa evolução natural tornamo-nos mais inteligentes do que os restantes seres. E por isso muitos de nós não tem consciência de que os outros animais sofrem também com a dor, afeiçoam-se aos seus filhos, têm sentimentos também. É óbvio que a lei da sobrevivência subjuga o mais fraco ao mais forte, a presa ao predador. Mas, ainda será admissível, que no nosso estádio de desenvolvimento, continuem a existir, por exemplo, as Touradas? Uma manifestação bárbara, grotesca, em que estamos a ver um animal a ser morto para servir de espectáculo, divertimento? E pior que tudo, fazer uma excepção à lei, como em barrancos, só porque era uma tradição dos Barranquenhos. Para além do mais, quem gosta de touradas, para mim, não é um verdadeiro ser humano.
Temos na verdade um cérebro muito desenvolvido, mas, para quem não sabe, o nosso cérebro está dividido em três partes, sendo a primeira e mais primitiva o Complexo R (reptiliano). Está presente em nós e é responsável pelos instintos mais básicos, como o de comer, fazer sexo, ou mesmo a submissão ou a dominação em relação aos outros. Mesmo a pessoa mais importante tem consigo estes instintos básicos. As outras partes do cérebro são relativas ao sistema límbico (presente em todos os mamíferos) e a última parte, muito, muito recente, em que surge a capacidade de abstracção, a capacidade de comunicar de uma forma muito complexa, ou de compor uma obra musical, por exemplo. Mas não nos esqueçamos, que mesmo a pessoa mais inteligente, a pessoas mais importante como um ministro ou deputado, é um ser com o mesmo Complexo R de um réptil. Por isso, não fiquemos muito surpreendidos, com os escândalos que vemos diariamente na televisão. Os instintos mais animalescos estão lá…
Quando na nossa evolução histórica foi abolida a escravatura, foi dado um passo importante para a igualdade entre seres humanos, entre raças. Mas, acham que a escravatura foi erradicada de vez? Continua a existir, das formas mais ou menos veladas. Em alguns países, como na Índia, alguns seres humanos já nascem escravos, pois assim determina o seu “Karma”, com dívidas a serem acumuladas de geração em geração; com a abertura de fronteiras a leste, muitos emigrantes caem nas teias da emigração clandestina, das máfias, e acabam por ficar reféns dos “passadores”. Os mesmos acusam-nos à polícia, depois pagam a sua fiança e os pobres coitados de leste para pagar a dívida tornam-se literalmente escravos. Escravos do século XXI.
Noutros países, crianças começam desde os 4 ou 5 anos de idade a trabalhar para os pais, sem nunca irem à escola.
As diferenças entre os seres humanos são cada vez maiores. O mundo está dividido entre o “norte” e o “sul”, o “industrializado” e o “não industrializado”, os “desenvolvidos” e os “não desenvolvidos”, ou seja, os ricos e os pobres. Os exploradores e os explorados, os brancos e os pretos. Mesmo em cada um dos grupos há diferenças, sendo Portugal o país mais pobre da União Europeia, o que precisa de mais apoios, o mais atrasado, o mais “preto” dos brancos.
A nível do planeta, o uso de recursos não renováveis, a utilização abusiva de recursos renováveis, as emissões de poluentes, derivados de um consumo crescente, causa impactos globais e locais. Os poluentes são produzidos de uma forma mais rápida do que a capacidade natural que a Terra tem para os absorver, provocando assim, mudanças climáticas e acidez nos ecossistemas. E sabem onde muitas vezes vão parar os resíduos, o lixo, produzido pelos países ricos? Aos países pobres. São estes o seu caixote do lixo.
Há um enorme contraste no acesso aos bens alimentares, verificam-se muitas diferenças no acesso à saúde; algumas doenças mortíferas continuam a matar milhares e milhares de pessoas (Sida, Tuberculose, Cólera, Malária, Tripanossomíase). E se é verdade que se têm verificado muitas ajudas internacionais, não há uma verdadeira tentativa de irradicação das doenças que afectam aqueles países.
A alimentação insuficiente, as precárias condições sanitárias, os baixos rendimentos, a assistência médica deficiente, a carência no acesso à água potável, o reduzido número de hospitais e de centros de saúde e os conflitos armados persistentes são alguns dos factores que explicam o aparecimento e a proliferação de muitas doenças infecciosas e parasitárias que provocam a morte de milhões de seres humanos.
A educação ainda não é para todos: nos países em vias de desenvolvimento, existem mais de 60% de mulheres analfabetas do que homens. A escolaridade feminina no ensino primário é ainda 6% inferior à masculina e uma em cada sete crianças em idade de frequentar o ensino primário está fora da escola.
Verificam-se também desigualdades no emprego e na segurança social, existindo, um pouco por todo o hemisfério sul, de dias de trabalho com a duração de 12 a 14 horas, de fábricas e de plantações vigiadas por guardas armados, de violação das convenções salariais, de trabalho infantil, entre outros aspectos. A automatização da indústria e dos serviços tem ainda a tendência para aumentar o desemprego.
Se vemos estas diferenças, estes problemas e conseguimos passar indiferentes, então não houve uma verdadeira evolução histórica e, moralmente, ainda estamos na fase dos espectáculos com sacrifícios humanos, dos gladiadores nas arenas romanas, ou no obscurantismo da idade média.
Paulo Cerqueira
(texto escrito para um jornal local, julgo que em 2002)
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