O Plano de Acção da Cimeira da Terra foi acordado, ao início da noite de dia 3 de Setembro, em Joanesburgo.
Este plano pretende ser o documento que traduz em concreto todo o espírito da Declaração do Rio - relativa à Cimeira da Terra, Rio de 1992 - mais tudo o que estes 10 anos significaram em termos de ganhos.
É um documento onde são vertidos todos os acordos anteriores com alguns ganhos: assim, num primeiro dossier, 2015 passa a ser o prazo para se conseguir reduzir a metade o número de pessoas sem acesso a água potável e saneamento.
Num segundo ponto deste Plano de Acção pode ler-se que para inverter a degradação dos recursos naturais serão adoptadas estratégias com âmbito nacional e, por vezes, regional. Aqui, a União Europeia não conseguiu fazer vingar o emblemático princípio da precaução, que protege o sistema em caso de dúvidas ou riscos.
O Princípio da Precaução viria, depois, a ser aprovado para a gestão dos químicos, no ponto 3 deste plano.
No ponto 4, define-se que haverá equidade entre interesses económicos e protecção ambiental em matéria de comércio.
As garantias de que o dinheiro dos países ricos é mesmo investido e que os países pobres vão mesmo aplicá-lo nos domínios acordados é o que fica estabelecido no ponto 5 deste plano de acção.
Na 6ª alínea pode ler-se que não há alterações nos consensos anteriores sobre financiamento, seja porque os países vão contribuir mesmo até 0,7% do PIB para ajudas ao desenvolvimento, os subsídios à agricultura vão ser progressivamente eliminados e os países pobres vão ter gradualmente acesso aos mercados.
Em matéria de Energia, no que respeita à progressiva adopção de energias "limpas", não foram definidas metas, nem calendários. Aqui reside, segundo julgo, o fulcral problema. Estive sempre atento à evolução da Cimeira (embora coincidissem as datas com as minhas férias), mas nunca acreditei que se chegasse a um substancial avanço nesta matéria. E aqui reside o grande problema.
O aparato que circundou o encontro foi grande, as notícias, as manifestações, o entusiasmo participativo das ONG (s),comunicados, conferências. Dez anos após a Cimeira do Rio, a consciencialização mundial para os problemas que afectam o planeta já é uma realidade. Mas, para além de umas “esmolas” aos países pobres, uns documentos assinados, boas palavras, o que resta? Um Plano de acção pode ser bom, mas os meios de implementação costumam ser muito fracos. E o plano fica mais uma vez na gaveta.
Como sabemos, os resultados foram óptimos, segundo afirmações do líder da ONU. Mas, a Organização das Nações Unidas peca por uma falta de estruturação das suas várias agências internacionais, falta de credibilidade e submissão relativamente a quem tem mesmo força. Assistimos também na Cimeira a uma grande clivagem entre os países do Norte (Desenvolvidos ) e os do Sul (Em Desenvolvimento), e mesmo entre os Países Desenvolvidos. Estados Unidos e União Europeia estiveram divididos em alguns assuntos, sobretudo na questão da Energia, no Protocolo de Quioto, e na interpretação de um Plano de Acção.
Por outro lado, também me parece que esta Cimeira mostrou alguma coisa de bastante preocupante, que é, justamente, uma crise de identidade dos Estados Unidos. Os EUA após o 11 de Setembro, estão a construir a sua política externa em torno duma questão central e exclusiva, que é a do combate ao terrorismo. A União Europeia tem uma posição cada vez mais fortalecida e divergente da dos EUA (muito embora ainda seja uma Europa dividida e sendo Tony Blair um amigalhaço de Bush).
E quanto a estabelecer metas para a produção de energias renováveis, isso é que não podia ser...a proposta dos “Quinze” era de 15% até 2015 (realista), enquanto que a do Brasil, sem barragens, era de 10%. Os EUA e o G – 77 (representando os países menos desenvolvidos) recusaram sempre metas. E sem isto, parece-me que a Cimeira se resume a um conjunto de boas intenções. São os interesses dos países exportadores de petróleo (OPEP), é todo o poderio do poder norte americano na defesa dos seus interesses capitalistas e imperialistas...
O cerne da questão não foi devidamente tratado. A Cimeira tinha um calendário estabelecido, segundo um ritmo compassado que acompanha toda o globalizado stress, não havendo condições, nem tempo para uma verdadeira reflexão à escala planetária, para sanar as doenças que começam a provocar reacções de defesa do planeta. O planeta Terra está muito doente, não tenhamos dúvidas, e neste momento está a contorcer-se de dores e a rebolar no chão.
Os resíduos nucleares, a pesca excessiva, o desaparecimento dos recifes de coral, o aquecimento global, a poluição das águas, a queima de combustíveis fósseis, as barragens gigantescas, são problemas que se revelaram incontornáveis nesta Cimeira, uma vez que o problema da utilização de energias renováveis, substituindo os combustíveis fósseis, não passou ainda de um sonho lírico.
Na realidade, já estava à espera deste fracasso da Cimeira da Terra, como o foi a Conferência dos direitos humanos em Viena, a Conferência da população no Cairo, Conferência do habitat em Istambul, a Conferência sobre o meio ambiente na Grécia...
E porquê? A resposta está dentro de nós, seres humanos, na nossa história fundadora, nas nossas origens, e na conjuntura actual, onde prevalecem os valores materialistas.
Não será o ar que respiramos, a água que bebemos, importante? E os nossos filhos, que planeta habitarão?
Fica aqui só um reparo talvez demasiado pessoal e, portanto, controverso: quando pensamos que morreram milhares de pessoas no dia 11 de Setembro, devemos lembrar-nos que no dia 12, 13 14, 15, morrem milhares de pessoas à fome, sem água potável, sem medicamentos. E poderão morrer muitas mais devido ao crescimento do buraco do Ozono, à poluição das toalhas freáticas, à falta de qualidade do ar, etc. E num último plano, com a própria extinção da espécie humana e o fim da vida na Terra.
Estamos a comemorar 50 anos de União Europeia, desde a assinatura do Tratado de Roma até aos nossos dias. Unida ou não, em toda a diversidade de culturas e passando por várias crises ou, se quisermos, por alguns fracassos (como foi o caso do projecto de Constituição Europeia), ela aí está com 27 membros e com novos países candidatos (entre eles, a Turquia).
Podemos então, de forma bastante simplista (como convém), relembrar algumas datas importantes:
-9 de Maio de 1950, proposta de Robert Schuman (Ministro dos Negócios Estrangeiros Francês) de formação de uma organização entre países europeus, pondo em comum os seus recursos de carvão e aço. A data 9 de Maio é hoje celebrada como o Dia da Europa;
-18 de Abril de 1951, formação da CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço), com seis países fundadores: Bélgica, França, República Federal da Alemanha, Itália, Luxemburgo e Holanda;
-25 de Março de 1957 – assinatura do Tratado de Roma que instituiu a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia da Energia Atómica (Euratom), entrando em vigor em 1 de Janeiro de 1958;
- 4 de Janeiro de 1960 -por iniciativa do Reino Unido, é criada a Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA), que reúne vários países europeus que não fazem parte da CEE;
-1 de Janeiro de 1973 – adesão da Dinamarca, a Irlanda e o Reino Unido (não aderindo a Noruega por manifesta oposição da população);
- 1 de Janeiro de 1981, entrada da Grécia;
-1 de Janeiro de 1986, adesão dos países Ibéricos, Portugal e Espanha (Europa dos Doze);
- 17 e 28 de Fevereiro - é assinado em Luxemburgo e em Haia o Acto Único Europeu, com vista a relançar a integração europeia e a realizar o mercado único europeu até 1993;
- 9 de Novembro de 1989, queda do muro de Berlim;
-3 de Outubro de 1990, reunificação da Alemanha;
-7 de Fevereiro de 1992, é assinado em Maastricht o Tratado da União Europeia, a CEE passa a designar-se União europeia. Neste tratado propõem-se uma política comum mais estreita a nível da segurança externa e uma união monetária;
-1 de Janeiro de 1993 é criado o Mercado Único Europeu;
- 1 de Janeiro de
- Em 2 de Outubro de 1997 é assinado o Tratado de Amesterdão;
1 de Janeiro de 1999 - a moeda única é introduzida nos mercados financeiros e passa a ser a moeda oficial de 11 Estados, passando o Banco Central Europeu (BCE) a ser responsável pela política monetária europeia, cuja moeda é o euro;
- 7 e 8 de Dezembro de 2000 - proclamação da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia;
- 1 de Janeiro de
- 1 de Janeiro de 2002, entrada em circulação das moedas e notas em euros;
- 28 de Fevereiro retirada de circulação das notas e moedas nacionais;
-1 de Maio de 2004, Malta, República Checa, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslováquia e Eslovénia e Chipre aderem à União Europeia;
-1 de Janeiro de 2007 adesão da Bulgária e da Roménia à União Europeia e adesão da Eslovénia à Zona Euro.
Segundo estudos divulgados pela OMM (Organização mundial de meteorologia), o clima do planeta está a mudar e pode mesmo estar a ficar caótico. Isto porque se tem verificado um aquecimento global do planeta, na ordem dos 0,6ºC.
Desde 1880 que se fazem registos das variações das temperaturas e das precipitações ao longo dos dias meses, anos. E foi a partir destas observações que a Organização Mundial de Meteorologia fez um alerta à população mundial: o Clima está a mudar e a tornar-se caótico!..
O Aumento de temperatura global devido ao “Efeito de Estufa” deve-se sobretudo à emissão de CO2 e Metano para a atmosfera. A Queima de combustíveis fósseis, pelos veículos motorizados, indústrias, mesmo a nível doméstico, é o principal responsável.
Embora sempre tenham havido fenómenos anormais, tais como furacões, tornados, etc, parece que agora, nos últimos anos têm vindo a suceder com mais frequência. Por outro lado, prevê-se que haja até 2020 uma alteração nas precipitações a nível global, a continuar este aumento de temperatura. Assim, verificar-se -á um aumento das áreas desertas, chuvas torrenciais noutras áreas, cheias, ciclones, tornados, e outros fenómenos anómalos. O chamado “menino” (El Nino) é um exemplo.
O Aquecimento global não se trata de um acontecimento excepcional, pois estão amplamente demonstradas as modificações climáticas registadas ao longo da história da Terra. A sua originalidade parece residir tanto na sua rapidez como nas causas que o determinam. As actividades humanas, sobretudo a partir da revolução industrial, são apontadas como as grandes responsáveis pelo cenário da actual mudança climática.
Mesmo num cenário mais optimista, verificar-se-á, segundo estudos científicos publicados, um acréscimo de temperatura superior a 0,2ºC por década, sendo esta subida um fenómeno sem paralelo desde à 10 000 anos (quando se deu o recuo dos glaciares)
Mas, porque é que o aquecimento global contribui para a modificação dos estados de tempo habituais?
Passemos a uma breve explicação: o ar que nos envolve é atraído pelo centro do planeta terra, por aquilo que se designa Gravidade. O peso da atmosfera, ou da camada gasosa que envolve a Terra, varia de local para local, consoante a sua temperatura, a sua espessura, a altitude dos lugares. Chama-se então Pressão Atmosférica ao peso, ou pressão, que a atmosfera exerce sobre a superfície terrestre. A pressão mede-se em Mb (Milibares). As Isóbaras são as linhas que unem os pontos com a mesma pressão atmosférica.
O ar está em constante movimento. O ar desloca-se devido às diferenças de pressão atmosférica, deslocando-se sempre das altas para as baixas pressões. Quando o ar se torna mais quente, torna-se mais leve à superfície e tem tendência a subir em altitude. Mas quando o ar arrefece, torna-se mais pesado, tendo tendência para descer em altitude.
Quando estamos sobre a influência de um Anticiclone, a elevada pressão (ou peso) da atmosfera provoca movimentos descendentes do ar, este ao descer em altitude aquece. Com o aquecimento do ar a humidade relativa diminui (quanto maior é a temperatura, menor é a humidade relativa). Diminuindo a Humidade relativa do ar, não se atinge o ponto de saturação do ar, não há condensação e a formação de nuvens não ocorre (originando céu limpo ou pouco nublado).
Ao nível do globo, na região Equatorial (Latitude 0º) predominam centros de Baixas pressões (daí os elevados valores de precipitação nas florestas equatoriais); Nas proximidades dos trópicos de Câncer e Capricórnio (Latitude 23º a norte e 23º a sul) predominam centros de altas pressões (junto aos trópicos as precipitações são escassas). É nestas proximidades que se localiza, entre outros, o Deserto do Sahara); nas proximidades das Latitudes 66º a norte e 66º a Sul voltam a predominar centros de Baixas pressões e nos Pólos predominam centros de altas pressões. Portugal, situado à latitude próxima dos 40º a Norte é influenciado pelos dois tipos de centro de pressão: no Inverno, os centros de baixas pressões subpolares descem em Latitude acompanhando o movimento aparente do sol, afectando mais as nossas latitudes, enquanto que no Verão, os centros de Altas pressões subtropicais sobem em Latitude, aproximando-se mais de nós, condicionando mais dias de céu limpo ou pouco nublado.
São estes centros de pressão que condicionam toda a circulação Geral da Atmosfera e consequentemente a distribuição das chuvas, da insolação, dos ventos, ou seja, dos estados de tempo!
O que tem acontecido é uma alteração da distribuição dos centros de pressão pelo mundo! E o resultado é um clima caótico, com tornados e furacões numas regiões, períodos de seca prolongada noutras e chuvas torrenciais noutros cantos do planeta..
Embora seja ainda uma questão polémica, o que me parece evidente é que a utilização de combustíveis fósseis para além de provocarem guerras como a do Iraque, é uma fonte de poluição que induz um aquecimento global do planeta com consequências desastrosas para o clima. E que descontrolado que ele anda…
(apesar de escrito eo 2002, continua muito actual, não acham?)
Estava a leccionar em celorico de Basto, quando fiz um trabalho em conjunto com uma turma do 11ºano da área de Humanidades, para o concurso escolar Pensar a cidade e o Território. O texto que está em baixo, foi posteriormente publicado num jornal local
Aqui fica: (já agora, bons tempos, gostei muito daquela turma, o 11ºE)
Celorico de Basto caracteriza-se por um certo isolamento, que ao longo dos anos estagnou no tempo uma forma de estar, muito peculiar.
A Escola EB 2,3/S de Celorico de basto, escola onde estou a leccionar, participa este ano no concurso escolar “Pensar a Cidade e o Território”, que se destina a turmas
dos 10ºs e 11ºs anos.
É particularmente interessante conhecermos um pouco este trabalho, uma vez que, o espaço em que vivemos, reflectindo as condições naturais, condicionadas e transformadas pelo homem ao longo dos séculos, traduz também as condições sócio - económicas e culturais de cada comunidade que o utilizou e nele viveu, imprimindo-lhe características próprias e particulares.
Por outro lado, se a tendência generalizada para a urbanização, com a concentração da população em áreas urbanas, cria novos problemas que exigem soluções adequadas, não se pode esquecer que as cidades não existem isoladas, e que é necessário garantir as mesmas oportunidades e qualidade de vida às populações rurais e urbanas.
Considerando que o conceito de sustentabilidade implica garantir às gerações um futuro, senão melhor, pelo menos com as mesmas oportunidades de que dispomos actualmente, importa sensibilizar desde já as camadas mais jovens para a necessidades de encontrar o justo equilíbrio entre a defesa dos valores dum território e os desejos da população a uma vida melhor, tarefa em que é indispensável a participação de todos
O concurso “Pensar a Cidade e o Território”, nos termos do protocolo estabelecido entre a secretaria de estado do ordenamento do território e a secretaria de estado da educação, é um dos meios para sensibilizar a população escolar, através da participação, reflexão e debate sobre um tema que a todos interessa: “onde vivemos, como vivemos, e como queremos viver”.
A turma 11ºE elaborou então um trabalho, tendo sido eu o professor coordenador do trabalho. Tivemos uma óptima colaboração por parte da Câmara municipal, bem como da Escola e mesmo da Biblioteca Municipal.
Indo ao encontro do “Nosso Espaço”, no trabalho é feita uma localização geográfica da escola, através de vários mapas, imagens de satélite, fotografias aéreas, é feita uma caracterização da região, tendo em conta a sua história, a sua gente, alguns pontos turísticos fundamentais, as actividades predominantes.
Através de várias entrevistas procuramos conhecer melhor o espaço que envolve a escola, inserido numa antiga quinta, a de S.Silvestre, por onde passa o rio Freixieiro, que era utilizado para moagem do trigo e para uma cortar madeira.
Com o Plano de Urbanização em elaboração, contamos com a colaboração de vários arquitectos da câmara municipal, que nos colocaram à disposição várias plantas de grande escala, para analisarmos. Podemos dar também as nossos opiniões, havendo também espaço para algumas críticas.
Celorico de Basto está a conhecer uma fase de algum crescimento e expansão, sendo a área a Noroeste do centro tradicional, o espaço de eleição. Daí que, depois da Escola, tenham vido para aquela área a Biblioteca Municipal, a Piscina Municipal, a Câmara, o novo Posto de Turismo. O loteamento do Monte Alto de S.Silvestre, o Parque Lúdico do Freixiero, os novos acessos junto à Câmara, a Praia Fluvial, O Parque de Campismo, fazem da área que envolve a escola, uma área de alguma valorização mas também com problemas de varia ordem, a que o trabalho se refere.
De realçar que o mesmo está acessível na página : http://pensarcelorico.no.sapo.pt . Neste caso, não estão incluídas todas as imagens, por falta de espaço no servidor. Mas brevemente, já em Maio, vai estar acessível na totalidade no site : www.eb23sceloricobasto.org/geografia
A Escola Secundária de Amarante também participou. Esperemos para ver se alguma das escolas vai ganhar.
A Terra é o planeta azul. Quando visto do espaço o nosso planeta apresenta essa tonalidade, que lhe advém da presença da água. Podia até ter-se chamado planeta água e não terra. A água é tão visível que segundo alguns, o nosso planeta deveria chamar-se oceano e não Terra.
A água encontra-se na Terra nos estados líquido, sólido e gasoso tanto à superfície, como no solo ou na atmosfera. Todos nós sabemos que a água se movimenta na Terra em circuitos que envolvem mudanças de estado, como a evaporação, a condensação, a solidificação ou a fusão.
O ciclo da água é constituído por circuitos de duração variável. Existem gelos retidos na Antárctida há milhares e mesmo milhões de anos, enquanto que, por exemplo, a água da chuva se pode evaporar em poucos minutos.
O tempo de permanência da água em determinados pontos do seu ciclo é também variável. Pode ser de alguns minutos a uma semana, por exemplo, na atmosfera; de duas semanas a um ano no solo; de duas semanas a dez mil anos no subsolo; de dez mil anos nos glaciares e cerca de quatro mil anos nos oceanos!
A precipitação é o retorno da água atmosférica à superfície terrestre. A água resultante da precipitação pode ter destinos diferentes: uma parte evapora-se, outra parte infiltra-se e outra parte ainda escorre à superfície, indo alimentar rios, lagos e, finalmente, perder-se no mar ou em bacias interiores.
As plantas e os animais, por transpiração e respiração, intervêm também nestes circuitos.
Calcula-se que a água renovável no mundo seja cerca de 41022000000000 metros cúbicos. Parece muito, quase infindável. Mas se pensarmos que este número corresponde a uma pequeníssima parte da água existente no planeta, concluímos que a água é coisa que não irá faltar.
Porém, quando analisamos alguns dados, verificamos que poderá ser diferente. De facto, 97% da água que existe na Terra é salgada, constituindo os oceanos e mares! Com ela, no estado actual da ciência, não podemos alimentar nem beber de maneira fácil e barata.
A água doce corresponde a 3% da água que existe no nosso planeta e encontra-se repartida por gelos (77,36%), água subterrâneas (22,1%), águas superficiais continentais (0,33%), humidade no solo (0,17%) e água na atmosfera (0,03%).
Facilmente se conclui que nem toda a água está disponível. O gelo existe nas calotes glaciáricas que cobrem a Antárctida e oceano Glacial Árctico e ainda nos glaciares de montanha. A água existente na atmosfera, a que pode cair na Terra, representa muito pouco.
Para concluir, acrescento que o volume de água no estado líquido dos oceanos terá tendência a aumentar, como já se verifica, devido ao aquecimento global do planeta. Embora possam estar vários factores relacionados com este aquecimento, a poluição atmosférica será com certeza um dos principais. Como consequências continuaremos a ter uma subida no nível do mar, a destruição progressiva de dunas, praias, inundações junto à costa, avanço do mar sobre a costa.
Embora sendo um recurso renovável, a água deve ser protegida, utilizada racionalmente e recuperada depois de utilizada. A escassez de água doce pode vir a tornar-se um dos graves problemas deste século, pois as contaminações, explorações excessivas, os lixos nela depositados, as fossas sépticas mal construídas, a aplicação excessiva de adubos, as indústrias, degradam a qualidade da mesma.
Uma palavra final para os países pobres, que se debatem diariamente com a escassez de água potável e com uma série de doenças contagiosas em que a água serve de importante veículo transmissor.
A nossa agricultura, no contexto de uma União Europeia em expansão, terá forçosamente que melhorar os seus níveis de produtividade e rendimento. Para isso teremos que reflectir nos problemas que a afectam e os modos de os resolver.
Um dos problemas da nossa agricultura, é a má utilização do solo.
Em Portugal, mais de metade dos solos têm uma boa aptidão para floresta (59,4%) e apenas cerca de um quarto (26%) são aptos para a agricultura. No entanto são utilizados para a mesma 39% e para o sector florestal, 35%. Ou seja, muito do solo que está a ser utilizado para a agricultura não tem aptidão agrícola.
No nosso país existem mais de quatro mil explorações agrícolas de dimensões e características variáveis.
No Continente, as explorações agrícolas concentram-se em maior número nas regiões da Beira Litoral e Entre - Douro e Minho. Predominam aqui os minifúndios. No Norte, em geral, o relevo acidentado, o carácter anárquico da reconquista, o parcelamento de terras pelo clero e Nobreza, a elevada densidade populacional, a partilha de heranças beneficiando igualmente todos os filhos, são factores que conduziram a uma excessiva fragmentação da propriedade. Esta, dificulta a mecanização agrícola e inviabiliza a rentabilização das propriedades.
Predomina em Portugal uma população agrícola envelhecida e com baixo nível de instrução.
De facto, cerca de 140 mil agricultores tem mais de 65 anos, cerca de 100 mil tem entre 55 e 64 anos, 80 mil tem idades entre os 40 e 54 anos. Apenas 20 mil agricultores têm menos de 39 anos.
Quanto ao nível de instrução, 20 % não sabe ler nem escrever, outros 20% (aproximadamente) sabe ler e escrever com muita dificuldade, um pouco mais de 50% tem apenas o 1º ou 2ºciclo e apenas uma percentagem ínfima (cerca de 1%) tem o 3ºciclo completo (dados do INE).
Desta forma, é difícil explicar aos agricultores idosos e com baixo nível de instrução, que é necessário inovar, aderir a novos métodos e técnicas ou mesmo que é preciso uma adaptação às normas comunitárias de produção e comercialização.
No contexto da União Europeia, somos o terceiro país com mais parcelas agrícolas de pequena dimensão (34%, com menos de 20 ha), e dos países com um menor número de tractores agrícolas por exploração (0,3 tractores por exploração). Somos, pelo contrário, o segundo país que tem mais população activa agrícola (EUROSTAT, 1998). Estes dados evidenciam uma agricultura em desvantagem face à maioria dos outros países, com um índice de mecanização baixo e um predomínio dos minifúndios e de uma agricultura de subsistência.
Temos também uma forte dependência externa, evidenciada pela balança comercial de produtos alimentares com um saldo negativo em muitos dos seus produtos. Destacam-se os Cereais. Portugal tem uma taxa de auto – suficiência de apenas 38%, o que implica uma importação de 62 % do total de que necessitamos. Portugal necessitou de importar entre 1992 e 1996, uma média de 2 milhões de toneladas de cereais, que ultrapassaram os 120 milhões de contos (adaptado de Expresso, 1999/10/16)
Com uns níveis de rendimento e produtividade baixos, torna-se fundamental investir na modernização do sector agrícola e a torna-lo mais competitivo nos espaços nacional e europeu.
É preciso fazer estudos prévios aos solos de forma a adequar a aptidão dos mesmos ao seu uso.
Por exemplo, no sistema extensivo, a utilização do pousio absoluto, sem recurso às culturas forrageiras ou às pastagens artificiais, provoca a erosão dos solos.
A prática exclusiva da monocultura agrava a situação, pois conduz ao esgotamento de determinados elementos nutritivos do solo, essenciais ao desenvolvimento das culturas, tornando-o cada vez mais pobre.
Por outro lado, no sistema intensivo, a utilização inadequada de fertilizantes químicos e pesticidas contamina os solos, provocando uma diminuição da sua fertilidade (o preço reduzido do adubo faz com que alguns agricultores pensem que “quanto mais colocarem nas hortas, mais crescem as suas couves...”).
É necessário melhorar a produção, elevando o rendimento, aumentando a produtividade, recorrendo para tal ao emparcelamento de terrenos, ao alargamento do regadio (veja-se o exemplo do Alqueva).
A produção pode-se diversificar, apostando em novos produtos, ainda não existentes no mercado.
A Especialização da agricultura permitirá adequar as culturas às condições ambientais, melhorando a sua rentabilidade e diminuindo os custos de produção.
Uma melhor cooperação entre os agricultores permitirá optimizar os recursos e equipamentos.
Controlando a qualidade dos produtos estamos a garantir a qualidade, a conquistar a confiança dos consumidores e a sua preferência.
Para valorizar os nossos recursos humanos, teremos de dar incentivos aos jovens agricultores, rejuvenescendo o tecido empresarial agrícola. A formação profissional dos agricultores também é importante, tendo sido apoiada por vários programas comunitários. Porém a adesão dos agricultores depende dos incentivos e do tipo de formação proposta.
Não nos podemos esquecer de acertar o passo com a Europa, nomeadamente tendo em conta a PAC. Em 1992 procede-se à reforma da PAC visando a diminuição dos excedentes, a redução dos preços e a promoção de um maior respeito pelo ambiente. Infelizmente, tal facto criou alguns condicionalismos à nossa agricultura, que viu limitadas algumas produções. O sistema de repartição dos apoios beneficiou mais os grandes agricultores e o custo dos investimentos nos projectos endividou alguns agricultores portugueses.
Quando se prevê um alargamento da União Europeia a leste, devemos pensar em melhorar acima de tudo a qualidade dos nossos produtos. É inevitável a chegada a Portugal de fruta, produtos hortícolas ou mesmo de produtos lácteos a preços muito mais baixos que os nossos. Isso até já é evidente e mal nos apercebemos quando estamos a comprar produtos Espanhóis, Franceses, a preços muito mais competitivos. Espanha, então , dada a sua proximidade geográfica, tem “entrado” em Portugal como se tratasse de uma invasão esperada à centenas de anos...
A agricultura deve também ser integrada no desenvolvimento das áreas rurais, pela potencialização dos recursos naturais, pelo desenvolvimento do turismo em espaço rural, pelo incremento do comércio, pela criação de emprego, fixando a população jovem e travando as assimetrias regionais.
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